Falar atravessado e xacoco: o racismo linguístico do Brasil
Conferencista: Marcos Bagno
Vagas: 300
O racismo é constitutivo da sociedade brasileira, de modo que ele se manifesta em todas as esferas públicas e privadas, incluindo a produção e a reprodução do conhecimento institucionalizado. Desde que se iniciou o debate em torno das características particulares do português brasileiro, gerações de intelectuais – escritores, filólogos, linguistas, professores -, todos homens, brancos e da elite, têm se empenhado em negar o impacto avassalador das línguas africanas e seus falantes na constituição da língua majoritária da nossa população, população hoje em sua maioria negra e mestiça, sujeita à violência simbólica e física, quando não a um genocídio sistemático. O conferencista passará em revista as diversas manifestações desse racismo linguístico, desde o período pós-independência até os dias de hoje, delineando a formação bicentenária de um discurso que, sob falsas premissas de cientificidade, contribui para a preservação de um modelo de sociedade injusto, excludente e segregador.
Atenção: esta conferência acontecerá no Pier Zero8, em Marechal Deodoro, lugar da Balada da ABRALIN. A participação na conferência não está condicionada à adesão à essa atividade comemorativa.