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Diante dos mais recentes ataques perpetrados pelo Sr. Abraham Weintraub, ministro da Educação do Governo Bolsonaro, professores, pesquisadores e estudantes presentes a um evento científico intitulado ABRALIN m Cena: Fake News e linguagem, promovido pela Associação Brasileira de Linguística (ABRALIN) e realizado na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), vêm a público juntar-se às vozes democráticas brasileiras no sentido de repudiar veemente as declarações feitas em vídeo. Infames, mentirosas e irresponsáveis, as declarações segundo as quais a comunidade acadêmica são “madraças de doutrinação” e que algumas universidades federais têm “plantações extensivas de maconha” procuram não apenas ameaçar a autonomia universitária, agredir e achincalhar a educação e a ciência brasileiras, mas torná-las reféns de um projeto pedagógico neoliberal antidemocrático, privatista e antinacional.

 As Universidades brasileiras, fundamentais para a soberania nacional e reputadas internacionalmente, têm enfrentado sérias dificuldades em função do subfinanciamento e dos efeitos da Emenda Constitucional 95/2016, que congelou gastos públicos por 20 anos em áreas essenciais como Ciência, Saúde e Educação. Com o Governo Bolsonaro e seu desprezo pelo Conhecimento e pela Democracia, as Universidades Brasileiras têm enfrentado cotidianamente as ameaças à sua autononomia, à liberdade de cátedra, ao ensino público, laico, gratuito e socialmente referenciado. As declarações do Sr. Weintraub se inscrevem nesse projeto de tentativa de aniquilamento de sólidas e respeitáveis instituições nacionais.

A comunidade acadêmica presente no encerramento dos trabalhos desta última edição do “ABRALIN em Cena”, centrado providencialmente na análise do fenômeno social intitulado fake news, vem a público manifestar seu repúdio às novas declarações do atual ministro da Educação e sua expectativa de que providências jurídicas sejam tomadas para apurar eventual cometimento de crime de responsabilidade, improbidade, difamação ou prevaricação.

Vem a público, também, juntar-se aos que defendem a continuidade do papel fundamental da Universidade Pública – demonstrado por indicadores e rankings nacionais ou internacionais, públicos ou privado – na vida do País a partir de suas mais diferentes funções e responsabilidades, como  o ensino gratuito, o atendimento via sistema público de saúde, a pesquisa de interesse social, a soberania nacional, o aprofundamento da democracia e o respeito à diversidade.