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A ABRALIN vem a público pedir o compromisso de todas as instâncias governamentais para a proteção das boas políticas de proteção do patrimônio imaterial brasileiro constituído notadamente pelas línguas e culturas indígenas, em consonância com os deveres do Estado definidos pela Constituição Federal. A verdadeira riqueza do Brasil é a diversidade de seus povos, culturas e línguas. Nós nos dedicamos, em nossas vidas profissionais e pessoais, a praticar o respeito e o reconhecimento ativo dessa diversidade. Lembramos que a gestão dessa riqueza deve estar nas mãos de pessoas de alta competência e longa experiência, específicas. Externamos nossos profundos temores diante da ameaça de exoneração do atual Diretor do Museu do Índio, órgão da FUNAI cuja missão é transformar pesquisas e documentação em acervos museológicos modernos e divulgação qualitativamente impecável para o público nacional e internacional. É esta missão que o Diretor do Museu do Índio, José Carlos Levinho, se incumbiu de concretizar durante muito tempo, com grande sacrifício pessoal, com sucesso e reconhecimento dentro e fora do Brasil. É por isso que o Museu do Índio é hoje uma referência admirada por todos, contando com a colaboração de inúmeros povos indígenas e de pesquisadores, muitos linguistas e indígenas, de primeira linha. É por isso que o Museu do Índio pode exibir suas coleções em formato digital, seguindo protocolos e padrões internacionais. É por isso que conseguiu documentar dezenas de línguas e culturas indígenas, acumulando um patrimônio específico único, produzindo publicações e obras audiovisuais solicitadas pelo mundo inteiro. Estamos, sim, extremamente preocupados com a possível descontinuidade de um trabalho excepcional e com os perigos de uma proteção capenga e inadequada desse imenso patrimônio.