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Relatório anual das atividades da Diretoria

 

Chegado o final de ano, a Diretoria da Abralin nesta gestão 2022-2024 faz um breve relato sobre as ações realizadas neste 2022. Todos os fatos elencados na sequência foram divulgados no site da Associação – e se encontram ainda na página -, bem como nas páginas da Abralin no Facebook e no Instagram. Ainda assim, reuni-los num único documento torna mais fácil aos associados acompanhar as ações da diretoria em prol dos associados e da comunidade acadêmica.

Em março, no início da gestão, realizamos a Escola de Verão, entre os dias 14 e 18, ainda no formato remoto. Durante a semana letiva, oito cursos foram ministrados: ‘Análise de Discurso: o corpo no digital’; ‘Análise narrativa e linguística: pequenas estórias e memória de vozes subalternas’; ‘Diversidade Linguística e Multilinguismo na América Indígena: Modelos, Situações e Ações’; ‘Documentação e descrição da fonologia da entoação’; ‘Introdução à Linguística Indo-Europeia; Investigando os sons de línguas não nativas: uma introdução’; ‘Semântica é Pop’; e ‘Semiótica e Educação’. Ao todo, 254 acadêmicos de todo o Brasil participaram do evento, assistindo a um ou mais cursos. Desses, 198 eram estudantes – 48 de Graduação, 63 de Mestrado e 67 de Doutorado –, 42 eram professores da Educação Básica e 46 eram professores do Ensino Superior, o que mostra que a Escola de Verão 2022 atendeu a pessoas de níveis diversos de formação. 

Em julho, como resultado da articulação com as vinte e oito Comissões, finalizamos o regimento interno das Comissões, que pode ser encontrado no site da Abralin. Como resultado dessa articulação, e por opção individual de cada Comissão, houve a escolha de novos coordenadores e vice-coordenadores, ou a manutenção dos colegas que já exerciam esse posto. Em novembro último, tivemos a filiação de novos associados às Comissões, conforme anunciado nas redes sociais da Associação.

Em setembro, nos dias 14 e 15, ocorreu o evento ‘Linguística: desafios e rumos’, quando conversamos sobre os caminhos das várias áreas da Linguística Brasileira. Como desdobramento dessa atividade, a Comissão de Fonologia organizou, no mês de novembro, nos dias 16 e 17, o evento ‘Fonologia e ensino: descobertas e interfaces’. Também no dia 17 de novembro, a Comissão de Morfologia organizou a mesa “Novos Estudos em Morfologia Diacrônica”.

Ainda no mês de novembro, entre os dias 22 e 25, aconteceu o II Seminário Viva Língua Viva, realizado em parceria com a Universidade Federal do Pará e o Museu Paraense Emílio Goeldi, com o apoio do Comitê Internacional Permanente de Linguistas (CIPL). O evento, que reuniu na UFPA representantes de, aproximadamente, trinta etnias distintas, teve como tema ‘Revitalização de Línguas: por que e como fazer?’ O evento contou, igualmente, com a participação de membros do GT mundial da Década das Línguas Indígenas, organizado pela UNESCO. Como resultado do evento, foi produzida a ‘Carta de Belém das Línguas dos Povos Indígenas do Brasil’, que pode ser lida em https://www.abralin.org/site/wp-content/uploads/2022/11/carta_vlv2022_assinada.pdf e que faz recomendações à equipe de transição do governo federal concernentes à documentação, preservação e revitalização das línguas indígenas. O documento já se encontra com a equipe de transição.

Paralelamente a esses eventos, em razão da preocupação da gestão em estabelecer o diálogo com a Educação Básica e, ao mesmo tempo, com a divulgação científica, foram realizadas mesas redondas sobre alfabetização, como a mesa ‘A gente fala como escreve?’, ocorrida em 04 de outubro, e a mesa Aplicativos na Educação Básica: possibilidades e limitações, que ocorreu no dia 29 de novembro. Demos seguimento à série Linguistweets, ocorrida no último dia 05 de dezembro. O relato sobre esse evento pode ser lido em https://www.abralin.org/site/relatorio-linguistweets/

Durante o ano seguimos com a série ‘Abralin ao Vivo’, agora menos frequente, em decorrência da retomada das atividades presenciais. A série, como informado pela Associação, passou a ser realizada nas quartas-feiras. Houve vinte e uma conferências ao longo do ano.

Lançamos o ‘Divulgando pesquisa’, que estabelece uma ponte entre pesquisadores e pessoas interessadas em participar de pesquisas, como colaboradores. A iniciativa – divulgada no site da Abralin e nas páginas do Facebook e Instagram – atende a uma demanda de pesquisadores que utilizam métodos para coletar dados que requerem participantes que forneçam uma entrevista ou realizem testes de aceitabilidade de sentenças ou a leitura de algum texto, por exemplo. Colocando-se como ponte entre pesquisadores e possíveis colaboradores, a Abralin auxilia a realização de experimentos e divulga as pesquisas dos associados em suas redes sociais.

Tivemos a continuidade dos cursos à distância. Houve quatro deles e já planejamos três novos para o primeiro semestre de 2023. 

Estabelecemos parceria com o International Committee of Onomastic Sciences (ICOS). O início dessa parceria foi marcado pela conferência “Speaking with names”: On the origins, aims and methods of Interactional Onomastics”, sob encargo do dr. Elwys De Stefani, em 27 de setembro. Uma segunda conferência, produto de tal parceria, acontecerá no dia 25 de janeiro próximo e abordará onomástica em Libras. Como se pode perceber, a parceria com a ICOS envolve diferentes Comissões da Abralin. Cabe esclarecer que a parceria é estritamente acadêmica e não envolve qualquer pagamento de taxas por quaisquer das partes envolvidas.

Outra parceria firmada durante o ano de 2022 foi com a Alliance for Open Scholarship (All4OS). Esse grupo, que visa a promover práticas de Ciência Aberta, reúne sociedades científicas de áreas diversas do conhecimento, como Microbiologia, Psicologia, Matemática, Antropologia, que já utilizam tais práticas e se comprometem com sua divulgação e promoção. A Linguistics Society of America integra o grupo e a inclusão da Abralin nele representa a participação de uma Sociedade Científica externa aos EUA. A exemplo da parceria com o ICOS, a participação da Abralin no All4OS não onera a Associação. O único compromisso é participar das reuniões – quando chamadas – para discutir ações visando à promoção de práticas de Ciência Aberta.

Finalmente, é preciso mencionar que optamos por não reajustar os valores das anuidades, como uma tentativa de inclusão econômica e por entendermos que a crise político-econômica pela qual o país passa dificulta que muitos associados paguem um valor superior ao cobrado pela anuidade. Desta forma, esperamos cumprir com outro objetivo, o de congregar os linguistas, professores da Educação Básica e os estudantes na Abralin. Esta também foi a razão de termos promovido eventos remotos gratuitos. 

Os desafios ao longo de 2022 foram muitos: desde a familiarização com a organização interna da instituição, passando pela luta em diversas frentes – como a permanência do espanhol no Enem, a reivindicação pelo aumento das bolsas de estudos dos pós-graduandos, a preocupação com os muitos cortes de verbas que o governo federal deveria destinar às Instituições Públicas de Ensino Superior – até a articulação de um posicionamento político congregando outras dez Associações de Letras do Brasil, às vésperas do segundo turno das eleições presidenciais. Tudo isto num ano civil que está tendo, nas Universidades Federais, três semestres letivos, para que consigamos regularizar o calendário, sincronizando-o ao calendário civil. Frise-se: os membros da Diretoria não têm redução de carga horária em suas universidades e não recebem gratificação para realizar suas funções na Abralin. Mas acreditam, veementemente, que o trabalho à frente da Associação, mais do que importante, é necessário, e que é preciso, além de dar visibilidade externa à Abralin, voltar o olhar para o cenário nacional, aviltado pela descrença na ciência e pelo desrespeito aos professores, para citar dois exemplos mais próximos e ululantes. Por essa razão, seguimos e continuaremos buscando estreitar os laços com a Educação Básica, bem como divulgar a ciência linguística à sociedade, como forma de promover visibilidade à área.